sábado, 13 de agosto de 2016

Regiao quer RDC estavel

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem em audiência o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da República do Congo, Jean Claude Gakosso, que foi portador de uma mensagem do líder congolês, Denis Sassou Nguessou da entrega da mensagem, a audiência serviu para uma conversa demorada sobre conjuntura política regional, com particular incidência na situação política da RDC, com quem Angola e o Congo partilham fronteiras e afinidades históricas.
“O que acontece na RDC, especialmente as questões de segurança, preocupa os países vizinhos e o Presidente José Eduardo dos Santos, que também é o líder da região da organização internacional dos Grandes Lagos, naturalmente quer sempre abordar essas questões”, disse o chefe da diplomacia congolesa.
Jean Claude Gakosso também comentou o tempo concedido no encontro com o Presidente angolano (perto de uma hora), pouco comum para um ministro estrangeiro na Cidade Alta. “Quando se tem o privilégio de uma audiência com um líder da dimensão do Presidente José Eduardo dos Santos temos de aproveitar para falar sobre muitos assuntos e beber um pouco mais da sua experiência, da sua ciência e sabedoria”, disse. O ministro congolês, que fora portador de outra mensagem do Presidente Sassou Nguessou ao seu homólogo angolano, no dia 30 de Junho, realçou o bom momento da cooperação entre Angola e o Congo, que beneficiam, no seu entender, da grande amizade que existe entre os dois Chefes de Estado. Além de datarem de muito tempo, referiu, as relações entre os dois países são de irmandade e de amizade, com a “vantagem de os dois Chefes de Estado serem grandes amigos, vindos de grandes lutas, o que tem possibilitado as constantes e regulares trocas de impressões entre si sobre vários assuntos”.
A acompanhar o seu homólogo congolês na audiência com o Chefe de Estado, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, também realçou a cooperação estreita entre Luanda e Brazzaville, beneficiada pela forte amizade entre os Presidentes José Eduardo dos Santos e Denis Sassou Nguesso. “São os líderes com maior experiência na nossa região e também na gestão dos assuntos dos Estados, e é bom que haja essa concertação entre os dois”, assinalou. Segundo Georges Chikoti, apesar de ter sido um encontro bilateral, a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros do Congo serviu para trocar impressões sobre outros temas de interesse das duas diplomacias. “A situação da RDC é uma preocupação natural dos nossos dois Governos, mas temos outras não menos importantes, como o processo de eleição do próximo presidente da Comissão da União Africana, que é assunto que interessa aos dois países em termos globais”, defendeu.
Sobre a RDC, Chikoti reafirmou o desejo de Angola e de toda a região dos Grandes Lagos de ver o país em paz e com estabilidade. “É uma questão de interesse dos líderes da região, que foi abordada na última cimeira da CIRGL, que encorajou todos os actores políticos a engajarem-se no diálogo com vista a um entendimento que possibilite a realização de eleições. Claro, é preciso que haja diálogo. Sem diálogo é impossível”, defendeu.
Segundo Georges Chikoti, o diálogo nacional na RDC tarda por causa de divergências de posições entre os actores políticos. “A maioria dos partidos quer o diálogo, mas ao que parece Etienne Tshissekedi não quer esse diálogo, o que tem dificultado a tarefa do mediador do processo”, disse. O que se espera, acrescentou, é que o diálogo aconteça até ao fim deste mês e certamente vai contribuir para que se determine quanto tempo vai durar a transição, a partir do fim deste ano até à realização das eleições. “É ponto assente que a transição é fundamental para que sejam criadas as condições para a realização das eleições na RDC. Daí a necessidade de se promover o diálogo para que haja concordância entre a oposição e o Governo sobre quanto tempo vai durar o período de transição até às eleições”, assinalou.

A nomeação de Edem Kodjo pela presidente da Comissão da União Africana, Dlamini Zuma, em Janeiro, para mediador na RDC, foi inicialmente aplaudida pela oposição congolesa, mas agora acusa o antigo primeiro-ministro togolês de estar do lado do Governo do Presidente Joseph Kabila e da maioria que dá suporte ao Governo.

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